segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Intervalos



Eis que,
na luz que ilumina escusa
enxergo em falso
e não percebo que por vezes
o meu problema não é
não entender,
pois até entendo
o problema é que dói
e eu queria que não doesse

Cansaço de ser elo
cansaço de ser belo aos olhos
de quem não me vê
e no cansaço do silêncio corroído,
rogo por dias melhores
por escolhas melhores
pois não é a tempestade,
o mar bravio,
ou a água que entra no barco,
é a espera pela próxima onda
onda incerta, errante
que nos leva à frente
ou ao fundo

O céu às vezes chove,
e às vezes chora, como hoje
a verdade é que parece,
mas só parece,
que é sempre a mesma coisa...


Setembro / 2013

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Não havia nada lá?

Não Havia Nada Lá é o nome de uma música do Moska... Não é muito conhecida das pessoas, não foi hit e até onde sei não tocou em novela... Mas é uma canção linda e, como tantas outras dele, é uma poesia cantada...

Recentemente, fui convidado a fazer parte da coletânea "Descobrindo - Antologia de novos escritores", e a poesia "Inesperadamente" (presente aqui no blog) foi selecionada para fazer parte do livro... Fiquei super feliz, claro! Mas me pus a refletir sobre ser um poeta... E percebi que não me considero um... rs... Poeta pra mim é Fernando Pessoa (adoro!), é Carlos Drummond, é o Lenine (um poeta, sim, e que fui descobrir em sua plenitude há pouco tempo)... Enfim, na verdade me percebo como alguém que escreve... Escritor, essa definição eu aceitaria... Pois escrevo, quando em verso, aquilo que sinto, aquilo que penso, que reflito... Por vezes me valho de figuras, para dizer nada além do que aquilo que vai em minha alma, e disfarço figurativamente apenas para não te-la exposta nua e indefesa... Seja como for, sigo compartilhando com quem acompanha o blog meus passos, ou tropeços, rs, pela arte...

Aqui a capa do livro (minha primeira publicação!):

E aqui minha singela tentativa de interpretar a canção do Moska... Tocar e cantar não é mole não! Fazendo apenas uma das coisas eu juro que sou menos pior... rs... Lá vai:







quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Quase-epitáfio

Nota: Publicado inicialmente no Facebook, esse breve poema, por alguma razão que me foge, foi de agrado de muitas pessoas que leram, sendo bastante compartilhado por lá... Publico-o aqui para mantê-lo próximo de seus pares, devidamente registrado e guardado.


Quando eu me for,
deste pro outro lado do manto,
peço pouco:
Que não me acendam velas,
pois delas mal suporto o cheiro...
Se eu precisar de luz,
me iluminem com seus bons pensamentos,
suas boas lembranças
me iluminem com suas preces sinceras,
não com orações ensaiadas...
Peço que não se reúnam para sofrer por mim...
Se em vida eu tiver feito o possível para não magoá-los ou entristecê-los,
não me furtem o direito de continuar sendo motivo de alegria, não de tristeza...
Reúnam-se para relembrar os bons momentos que vivemos,
gargalhem ao lembrar de nossas piadas, de nossas risadas soltas...
Celebrem o que vivemos de bom e mantenham a chama do acesa 
de tudo o que nos manteve juntos
não das velas que remetem à ida, que por algum tempo,
nos manterá separados...


7 de Outubro de 2013


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Às Folhas


Uma rajada
mais forte que as de sempre
e de repente percebo
o quanto é estranho ser folha
folha que cai
que se solta
que voa e que seca

É estranho ser folha
porque a árvore não te estende o galho
não tenta te amparar
a árvore não sofre por ti
não porque a árvore seja má
mas porque tu és folha
só folha

É estranho demais ser folha
folha que quando é
é só mais uma
e quando cai
é só mais outra
somente um vestígio insosso
de algo que não alimentou
por nem ao menos florir
somente folha
folha que outrora fora
para então apenas ressequir


É triste, isso sim
é triste ser folha
bom era ser árvore
com sua pompa e indiferença
com seus galhos ofertando vida
se bem que ao pensar
bom mesmo era ser ar
era ser vento
vento que leva a folha ao soprar
mas que se quiser
tira até a árvore
de seu parvo ostentar


01 de Julho de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Em andamento



Curioso como por vezes o mais brilhante sol
se ofusca sob uma pequena e escura nuvem
temos sempre pouco tempo
a cada dia menos espaço
e ainda assim pessoas são fúteis
ocas
sobrevivem à parte de si
ocupando-se umas das outras
preenchendo seus vazios
com vazios alheios

A tristeza hoje me soa irresponsável
temo pelo vazio dela
temo pelo tempo que perco,
sufocado pelo tempo perdido
temo imensamente me tornar um dos outros
os que não são eu, e nem de fato são eles
sinto agarrar minha essência
mas ainda assim sinto não segurá-la
é líquido que em minhas mãos se perde
tal como um lago, não a levo comigo
sinto que terei de ir ao encontro dela

A finitude alheia
denuncia a minha
grita em meu ouvido
feito uma louca desvairada
e eu grito para o vento
pra ver se assim alguém me escuta

Rogo à divindade que muitos nomeiam
e que todos são em parte,
que eu me irrite
que eu me enraiveça
que eu me desaponte
que eu chore
mas que não seja sempre
pelas mesmas coisas

Maio / 2013

Nota: O nome deste é “Em andamento” não por acaso... era o nome do arquivo, pois foi escrito em vários momentos diferentes, e de certa forma aquele nome temporário resumia o que considero a máxima da existência humana: o constante devir que nos torna eternos projetos de nós mesmos...



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eu era soberano em meu trono
rei em minha solidão
alheio a qualquer julgamento
respirando a pretensão
de que sabia o que fazer
tudo aquilo que me define
passa longe daquilo que sou
pois por mais que seja tudo isso
jamais serei só isso
jamais serei só eu
daqui, de dentro de mim,
tudo parece tão confuso
e tão fácil de entender

"O amor nem sempre é
algo de que eu me orgulhe,
mas nunca será algo
de que eu me arrependa"


2004



Nota: As aspas aqui são apenas para separar dois momentos de uma mesma escrita... pois não necessariamente se conectam, ainda que estejam juntos... como uma imagem que vem à mente, um flash que surge tão inusitado quanto se vai...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Inesperadamente





É magia.
Não dessas de circo, de fazer gente se espantar.
É magia pura, sólida em ser, etérea em parecer.
É magia o que faz teu sorriso parecer eterno.
É magia aquele arrepio, aquela faísca.
É magia a força que entrega um pro outro.
Um olhar que entra por dentro do outro, uma centelha de luz que ilumina de dentro, de cima.
Um abraço que é maior que a vida, que te aquece e te arrepia.
Arrepio de medo.
Medo da enxurrada, do furacão.
Que te atropela.
Que te arrebata.
Que te desbanca.
Desbanca do trono que nunca tiveste.
Destrona o rei que nunca foste.
É magia o tremor que te realinha, que te desnorteia.
É magia o que te guarda, é magia o que te espera.
E, no fim de tudo, o tudo que é magia nada mais é do que amor.





Fevereiro / 2007

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sei lá




Hoje acho que eu tive vontade de chorar
não sei bem porque
Acho que foi por causa da menina pedindo esmola
no sinal
talvez não,
não prestei muita atenção nela

Tenho me sentido meio estranho
acho que foi aquele garoto brincando ao lado
da vala de esgoto
talvez não,
me lembro de ter fingido que ele não estava ali

Todos os dias vejo pessoas
que nem sabem que são pessoas
vejo crianças sem futuro
adultos sem passado
vagando pela vida como vagões descarrilados

Já não se enxerga mais
porque não há mais compaixão
só o medo chama atenção
criança com fome
a gente ignora
criança com arma na mão
a gente enxerga na hora

Hoje acho que eu senti vontade de chorar
mas não chorei
sei lá
vai ver não há muito mais o que lamentar




Julho / 2006

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Uma certa melancolia me invade
vem de algum lugar bem longe
ou de mim talvez já faça parte
sai de trás da porta
de trás do armário
sai de trás dos olhos
escondida por entre tudo que se fingiu não ver

Não guarde sementes em casa
Não guarde sorrisos na face
não se esconda daquilo que teme
Não dilua aquilo que te sacia
Não aceite aquilo que te revolta

Olho em volta e vejo coisas por fazer
fatos que deixei de ver
e alguém que há muito
já deixei de ser




2004

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Hoje

Nota: Daqui para frente, são escritos mais próximos, numa fase da vida que o tempo se faz presente... e com sua presença assaz, vieram as datas...




Hoje

Hoje, erguerei uma estátua
em homenagem
a tudo o que eu não soube ser
farei uma medalha
para cada hesitação
um troféu para cada derrota
farei reverência
a tudo o que eu desisti de fazer
aos amores
que não tive coragem de viver
chorarei pelos que se foram
e esperarei a ida dos que ainda estão
para chorar por estes também

Hoje,
deixarei para ser feliz amanhã
direi que te amo amanhã
e esperarei o tempo passar
e te levar
  





                                                                           Junho / 2002

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Blues Bar


NOTA: Essa é a segunda das duas que foram criadas com o intuito de serem musicadas... 



Blues Bar


É mais um dia de trabalho
Nesse bar cheio de pecados
Doses cavalares de solidão
Copos entornados
Na busca eterna de uma solução
Um grupo bebe em sua mesa
Talvez por pura diversão
Parecem muito jovens
Crianças a procura de atenção
"Começaram  cedo" diz um velho
Tomando seu conhaque de alcatrão
"É bom pro coração"

Me ofereceram uma dose
Dizem que é só pra "alegrar"
E vi n'outro canto do balcão
Alguém tentando se matar
Pediu uma garrafa da "mais forte"
E disse que era só pra relaxar
Tem quem beba por esporte
Tem quem beba pra esquentar
E alguns bebem pra esquecer
O que outros já nem conseguem mais lembrar
E tem gente feliz
Bebendo só pra comemorar

Dos jovens da outra mesa,
Dois foram presos
Porque quebraram um orelhão (será?)
E o resto está no hospital
Porque bateu de frente com um caminhão
E os pais da rapaziada
Acharam suficiente o choque
Que levou a "molecada"
Deram outro carro pra turma
Que parou de beber,
Pra tomar "coisa mais pesada"
E daqui a pouco tão roubando
Pra sustentar a palhaçada

Me perdoem a ingenuidade das palavras

E a pretensão das intenções
Nesse bar não vende dose
Nem de felicidade
Nem de soluções
Porque ninguém criou
E se as coisas estão erradas

Quem sabe não foi você quem errou? 

Tiranossaurus Rock

Nota: Nunca escrevi visualizando músicas... não escrevia nem escrevo letras de música... se são poesias ou meros aglomerados de versos, cabe a quem ler decidir... o fato é que as próximas duas são exceção a esta afirmativa... foram criadas, em dupla inclusive, com o intuito de serem musicadas... inclusive trazem nos nomes o ritmo imaginado para elas... na época, eu não tinha condições de compor as músicas, então apenas as letras foram feitas... como hoje em dia já flerto com a música de forma um pouco mais próxima, pode ser que num futuro próximo eu me debruce sobre este projeto... ou pode ser que permanecem textuais... seja como for, aqui estão elas:



Tiranossaurus Rock


Não sei esperar
Não sei sucumbir
Posso tropeçar
Não consigo cair
Não entendo teoremas
Nem armas de cem tiros por minuto
Não uso sempre os mesmos temas
Não repito tudo que escuto
Não me explicam alquimia
Não me ensinam a voar
Aprendi a não crer
No que não podia tocar
Não jogo pra perder
Mas nunca consegui ganhar

Não compreendo o que hoje acham normal
Explodem teu país
E te vendem neve no Natal
Somos jovens demais
Indecisos demais
E a indecisão é arma do mercado
Que ilude quando alguém diz que é certo
O que todo mundo sabe que é errado
E seja esperto
Sabendo a diferença
Entre o feito

E o falado

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

De vez em quando



Definitivamente,
há lutas nesta vida
que não foram feitas pra gente ganhar
foram feitas pra gente crescer
a cada vez que lutar
não importa o quanto dure a tempestade
eu ainda estarei lá quando o Sol chegar
porque tem de ser assim

Ao entardecer,
eu saberei o que perceber
são tantos carros passando
e tanta gente sem se mover
vejo os pássaros
eles sabem viver
porque não se preocupam em saber
fazem o que nasceram pra fazer
voam
você nasceu pra ser feliz, acredite
então,
seja
voe como os pássaros
e deixe o vento falar com você

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Esta não tinha título...


Quando tudo terminar
tente consertar
se não der certo,
tente só continuar
se o amor não se regenerar,
deixe que tudo termine
e espere o tempo passar
depois acostume-se
às coisas que não forem mudar
há cicatrizes que nem o tempo vai retirar

São pequenas coisas
que formam as grandes pessoas
minha integridade
é maior que o seu rancor
e já virou lamento
o que um dia chamei de amor



Nota: Esta não tinha título... achei que seria arbitrário criar um título agora, do nada, sem estar nem perto do sentimento que gerou estas palavras... sendo assim, ficará sem título como da forma que foi concebida... até porque a falta de título não é acidental... faz parte do lamento, do meu ao menos, não fazer alarde...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

12 de maio




Vesti minha armadura
e saí pra caçar
não entendo a bagunça lá de casa
sempre procuro a felicidade
e não consigo achar
queria entender o porquê
dessa sensação de estar tudo fora do lugar
será que só eu me preocupo
com a forma de agir das pessoas?
será que só eu penso que amizade
é muito mais
do que um monte de gente te dizendo o que fazer?
será que as pessoas ainda sabem sentir?
humanos se tornaram máquinas
prontas pra se autodestruir

Ontem de madrugada
joguei pela janela lá de casa
os planos que eu fiz
e as promessas que você não quis fazer
minha alma é feita do mesmo aço
com que forjei minha espada
não serei vencido
porque estou do lado da justiça
e espero sinceramente
que todas as suas noites
sejam em memória

de tudo aquilo que você não foi pra mim

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Tropeços e Tormentas




Nunca se está totalmente sozinho
mesmo sem ela
ainda sei sobreviver
na mais completa escuridão,
se seus olhos brilharem
já será uma luz
vontade de desistir de tudo
acontece com todo mundo, acredite
não é só com você

Eu não queria muita coisa
só o que qualquer um quer
quando encontra alguém
ser feliz
mas ela deixou pra depois
na ordem de prioridades
nossa felicidade vinha logo após
a comida do cachorro
algumas pessoas insistem em achar
que o amor pode esperar
se esqueça de mim
e eu fatalmente me esquecerei de você

Se tiver que dizer que me ama
diga agora
não me espere ficar surdo
plantas artificiais não precisam de água
desculpe, mas meu coração é de verdade


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cipreste Branco




Paz de espírito
carinho
compreensão
sorriso de criança
pôr-do-sol na praia
um gatinho manhoso
rolando no chão
um cachorrinho, filhote
mordendo o sapato da gente
conversa de amigo
abraço de mãe
festa de formatura
rodinha de violão
pudim de leite
jogar bola no domingo
viajar no carnaval
beijo na boca
cafuné
chocolate quente
ser querido
ser admirado
poder dizer a verdade
piscina no verão
namoro no inverno
se apaixonar
ser correspondido
ser feliz
ter dinheiro
não ter medo
céu azul
noite de Lua
atenção
respeito
ter certeza de que o mundo
pode ser melhor se você quiser
amor
amor
amor


Nota: Quase um 'momento Gentileza" essa aí...Não faço ideia do que passava pela minha cabeça quando escrevi isso, afora a ideia sutil de coisas boas como formas de  "cipreste branco", símbolo mítico da luz e da pureza...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Cadillac Azul




Houve um tempo
em que as coisas que eu dizia
faziam sentido
ao menos pra mim
engraçado como o tempo passa

Nunca entendi o mundo
e o mundo nunca me entendeu
acho que ela me magoou
mas não importa
todo mundo faz isso também
e a verdade é que não faz
diferença pra ninguém

Meu coração é uma cidadezinha
perdida entre metrópoles emocionais
daqui de baixo
os prédios parecem maiores
ninguém entende o que eu penso
preferem pensar por mim
o preço que a gente paga
sempre parece o mais caro
a às vezes é no escuro
que tudo fica claro

Seus sonhos se concretizam
naquilo em que você mais duvida
o começo só existe
porque existe o fim
um dia de tristeza
e uma vida inteira pra ser feliz



Nota: O conceito de “metrópole emocional” me intriga... me remete aos “pseudo-sentimentos”, “pseudo-histórias de vida” que são na verdade roteiros mal ensaiados... na última estrofe, me referia a um acontecimento curioso em que uma pessoa lamentava não fazer algo que eu “já” fazia...na sua própria frustração, não percebia o quanto seu comentário era infeliz, pois menosprezava a si mesmo e ainda mais a mim... segue aí registrado, eternizado... mas não como mágoa, como aprendizado.. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

“Só pra Lembrar”

“Só pra Lembrar”


“Eles caminhavam pela areia
pareciam felizes
ele deu-lhe uma flor
ela sorriu
pôr-do-sol comprido aquele”
já faz tempo que ela não me liga
deve ter tido problemas
deve ter me esquecido

Esperei por ela
e os dias eram longos
o sofá já até se acostumou comigo
e eu até me acostumei com a solidão
“os dois fizeram juras de amor
enquanto o Sol se pôs
eles se tocaram
mãos sobre mãos
como botões de rosa
e se beijaram
pareciam felizes”

Vou desligar a tv
acho que já vi esse filme
vou dormir
ela não vai mais me ligar
quem sabe amanhã



Nota: Neste caso as aspas são para “dividir” o que seria eu escrevendo, e a cena clássica e clichê do filme romântico, que poderia ser qualquer filme, tanto quanto poderia não ser nenhum...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Intuição


Intuição


Por quanto tempo ainda
o mundo inteiro vai dizer que estou errado
e eu vou continuar
achando que estou certo?
E depois de todas as guerras, dos desastres nucleares,
de todas as perdas e delírios e saudades,
e depois de todas as lágrimas,
o que irá restar e nós?

Só o tempo já se encarrega
de acabar com as coisas boas
apague a luz
quero ver a lua
e suspirar baixinho
sem ninguém perceber
sonhar com os filhos
que ainda pretendo ter
me mande embora de uma vez
ou tente me conquistar
diga que me ama
e me faça acreditar
não peça desculpas
por ter me magoado
só pare de me magoar

Você nem de propósito
consegue fazer
o que eu faço sem querer

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os espinhos do Jardim


Os espinhos do Jardim


Eu já fui bem estúpido
bem mais do que sou agora
já me emocionei com filmes de Natal
já eu disse eu te amo mais de duas vezes
pra mesma pessoa
já chorei no cinema
ao ver histórias de amor
já mandei flores
já me decepcionei
tolices

Eu já fui bem estúpido
bem mais do que sou agora
fui tolo ao achar
que podia fazer o mundo sonhar
com dias melhores
com pessoas melhores
o amor é o remédio da humanidade
tome dois comprimidos por dia
e se der,
me convide pra jantar
nunca foi ingenuidade
era esperança
tolices

Eu já fui bem estúpido
não vou deixar de ser