sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cipreste Branco




Paz de espírito
carinho
compreensão
sorriso de criança
pôr-do-sol na praia
um gatinho manhoso
rolando no chão
um cachorrinho, filhote
mordendo o sapato da gente
conversa de amigo
abraço de mãe
festa de formatura
rodinha de violão
pudim de leite
jogar bola no domingo
viajar no carnaval
beijo na boca
cafuné
chocolate quente
ser querido
ser admirado
poder dizer a verdade
piscina no verão
namoro no inverno
se apaixonar
ser correspondido
ser feliz
ter dinheiro
não ter medo
céu azul
noite de Lua
atenção
respeito
ter certeza de que o mundo
pode ser melhor se você quiser
amor
amor
amor


Nota: Quase um 'momento Gentileza" essa aí...Não faço ideia do que passava pela minha cabeça quando escrevi isso, afora a ideia sutil de coisas boas como formas de  "cipreste branco", símbolo mítico da luz e da pureza...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Cadillac Azul




Houve um tempo
em que as coisas que eu dizia
faziam sentido
ao menos pra mim
engraçado como o tempo passa

Nunca entendi o mundo
e o mundo nunca me entendeu
acho que ela me magoou
mas não importa
todo mundo faz isso também
e a verdade é que não faz
diferença pra ninguém

Meu coração é uma cidadezinha
perdida entre metrópoles emocionais
daqui de baixo
os prédios parecem maiores
ninguém entende o que eu penso
preferem pensar por mim
o preço que a gente paga
sempre parece o mais caro
a às vezes é no escuro
que tudo fica claro

Seus sonhos se concretizam
naquilo em que você mais duvida
o começo só existe
porque existe o fim
um dia de tristeza
e uma vida inteira pra ser feliz



Nota: O conceito de “metrópole emocional” me intriga... me remete aos “pseudo-sentimentos”, “pseudo-histórias de vida” que são na verdade roteiros mal ensaiados... na última estrofe, me referia a um acontecimento curioso em que uma pessoa lamentava não fazer algo que eu “já” fazia...na sua própria frustração, não percebia o quanto seu comentário era infeliz, pois menosprezava a si mesmo e ainda mais a mim... segue aí registrado, eternizado... mas não como mágoa, como aprendizado.. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

“Só pra Lembrar”

“Só pra Lembrar”


“Eles caminhavam pela areia
pareciam felizes
ele deu-lhe uma flor
ela sorriu
pôr-do-sol comprido aquele”
já faz tempo que ela não me liga
deve ter tido problemas
deve ter me esquecido

Esperei por ela
e os dias eram longos
o sofá já até se acostumou comigo
e eu até me acostumei com a solidão
“os dois fizeram juras de amor
enquanto o Sol se pôs
eles se tocaram
mãos sobre mãos
como botões de rosa
e se beijaram
pareciam felizes”

Vou desligar a tv
acho que já vi esse filme
vou dormir
ela não vai mais me ligar
quem sabe amanhã



Nota: Neste caso as aspas são para “dividir” o que seria eu escrevendo, e a cena clássica e clichê do filme romântico, que poderia ser qualquer filme, tanto quanto poderia não ser nenhum...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Intuição


Intuição


Por quanto tempo ainda
o mundo inteiro vai dizer que estou errado
e eu vou continuar
achando que estou certo?
E depois de todas as guerras, dos desastres nucleares,
de todas as perdas e delírios e saudades,
e depois de todas as lágrimas,
o que irá restar e nós?

Só o tempo já se encarrega
de acabar com as coisas boas
apague a luz
quero ver a lua
e suspirar baixinho
sem ninguém perceber
sonhar com os filhos
que ainda pretendo ter
me mande embora de uma vez
ou tente me conquistar
diga que me ama
e me faça acreditar
não peça desculpas
por ter me magoado
só pare de me magoar

Você nem de propósito
consegue fazer
o que eu faço sem querer